terça-feira, 27 de maio de 2014
sexta-feira, 9 de maio de 2014
quinta-feira, 8 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Mecenato Artístico para o Maestro Thiago Santos
C. N.
O jovem Thiago Santos, de
quem tenho a honra de ser amigo, é uma espécie de prodígio: seu talento
artístico e musical, não só como regente mas como pianista e como cantor de
peças religiosas corais, refulge em meio ao obscurecimento cultural tanto de nosso país como de todo o mundo.
E tanto refulge não só aqui mas em qualquer lugar, que,
como verão no fôlder publicado abaixo, foi o primeiro brasileiro a ser admitido como
aluno do Royal Northen College of Music, de Manchester, Inglaterra; conquistou
até bolsa parcial de estudos da importante instituição.
Como porém lerão no
mesmo fôlder, Thiago ainda necessita de nossa ajuda para dar tão importante
passo, que terminará, estou certo, por abrilhantar a própria música. E quando digo “nossa” refiro-me a todos quantos amamos a música, o belo, a verdadeira cultura.
Eis pois sua conta
bancária:
Banco do Brasil
Agência: 3114-3
Conta corrente: 13531-3
Thiago Santos da Silva
A grande arte agradece-nos.
P.S.: Logo publicarei aqui vídeos e textos do nosso mesmo maestro.
Postado por
Carlos Nougué
às
14:43
0
comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
segunda-feira, 5 de maio de 2014
"Für Alina", de Arvo Pärt: Sinos no Silêncio
Com esta peça singela, Pärt como que antecipa seu novo sistema de composição,
a técnica tintinabular (tintinnabuli) [cf. ARVO PÄRT].
De notar é ainda a interpretação de Joana Gama,
com seu toque à Glenn Gould.
com seu toque à Glenn Gould.
Postado por
Carlos Nougué
às
17:38
0
comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
domingo, 4 de maio de 2014
ARVO PÄRT
Arvo Pärt |
por Alfredo Votta Jr.*
Ao longo dos anos 1970, Arvo Pärt
desenvolveu uma linguagem musical própria, que não era a do serialismo, nem a
da música aleatória, nem a da música eletrônica. A essa originalidade
acrescenta-se outra: são muitas as obras de Pärt que possuem várias versões
para instrumentações diferentes. Fratres é uma delas. Escrita
originalmente em 1977 para quinteto de cordas e para quinteto de sopros, foi
adaptada pelo compositor para diversas formações.
Na temporada 2011 da Osesp, Fratres
será apresentada em sua bela versão para octeto de sopros e percussão. Como
notará o ouvinte, de início o volume é baixíssimo, aumentando com o decorrer da
peça. Sobre uma base grave de apenas duas notas, que dura a obra inteira, os
violinos desenham uma melodia de sabor levemente oriental e aspecto de canto
religioso. Esta caminha gradativamente para o grave, enquanto a dinâmica passa
aos poucos do suave para o forte, como uma música que começou distante e vai se
aproximando de nós.
As duas notas graves sustentadas
durante toda a composição recebem, em inglês, o nome de drone, palavra
para a qual nem sempre se encontra uma boa equivalente em português – alguns a
traduzem por “bordão”. Presente na música indiana mas também em orientes mais
próximos (e na gaita de foles), o drone não aparece na música europeia
de concerto, ou na chamada música erudita, antes do século XX (salvo raras
exceções). De fato, seu aparecimento nesse tipo de música se deve a influências
orientais, sendo uma de suas manifestações pioneiras o Lousadzak (1944)
de Alan Hovhaness (1911-2000), compositor americano de origem armênia.
Referi-me acima ao serialismo,
linguagem ou técnica musical que estabeleceu, nos inícios do século XX, a
igualdade das doze notas musicais, abolindo toda hierarquia entre elas, ou pelo
menos a hierarquia existente no sistema tonal. Depois de Schönberg, durante a
década de 1950, o serialismo desenvolveu, com Boulez e outros, formas de
planejar e controlar os demais elementos da composição, como o ritmo. Com isso,
a expressão de aspectos subjetivos foi virtualmente deixada de lado pela
maioria dos compositores da época, e surgiu um tipo de música que em casos
extremos quase ameaçou escrever-se sozinha, de tão predeterminada e automática.
Pärt viveu esse cenário no começo de
sua carreira, nos anos 1950-60; compôs algumas obras que utilizam o serialismo
e também a colagem, técnica modernista por meio da qual trechos de outras obras
– muitas vezes de outros autores – são inseridos na composição. Entre as
colagens realizadas por Pärt destaca-se o uso do primeiro Prelúdio do Cravo
Bem Temperado, de J. S. Bach, em sua obra Credo, de 1968. Essa peça, que
encerra a fase vanguardista de Pärt, precedeu oito anos de silêncio
composicional, nos quais Pärt nada compôs a não ser a sua Terceira Sinfonia
e uma cantata que hoje desconsidera.
A volta ocorreu em 1976, depois de
alguns anos de estudo do canto gregoriano e da música medieval e renascentista,
caracterizada pela complexidade polifônica. Nesse ano, Für Alina, uma
breve peça para piano solo, marcou o início de um estilo e de uma técnica cujas
sementes foram adquiridas e lançadas ao longo daqueles anos em que Pärt nada
compusera. Desta vez, Pärt emprega apenas a
escala diatônica, ou seja, a escala das sete notas musicais
(dó-ré-mi-fá-sol-lá-si), sem utilizar as alterações cromáticas que as levam às
doze do serialismo.
A nova técnica de Pärt nos faz ouvir
sempre uma melodia que se move pelas sete notas, ao mesmo tempo em que uma
outra linha da música circula entre apenas três notas – as que formam uma tríade
perfeita, isto é, o acorde situado no primeiro lugar da hierarquia tonal.
Esse reduzido número de três notas, constante em uma das linhas da música,
confere às obras um caráter de certa forma estático, mas equilibra a liberdade
da linha melódica mais variada. Algum tempo depois de 1976, a sonoridade
produzida por essa técnica foi associada à ressonância de sinos, e a palavra
latina tintinnabulum, que designa “sinos pequenos”, foi tomada por Pärt
para nomear seu novo sistema de composição, a técnica tintinabular (tintinnabuli).
Desde 1977, as composições de Arvo
Pärt são escritas com base nessa técnica, dentro da qual o compositor obtém
resultados variados e muito expressivos para diversas finalidades, do leve
júbilo do salmo Cantate Domino Canticum Novum (1977) até a profundidade
dramática da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São João (1982)
e do Kanon Pokajanen (1989-97).
Pärt é fiel da Igreja Ortodoxa Russa,
sendo a fé cristã um elemento central de sua obra, presente mesmo na sua fase
vanguardista – que culminara, conforme dito, em Credo, obra que foi
proibida pelo Estado soviético, em virtude de seu teor religioso explícito. Ao
retornar à composição em 1976, Pärt continuou tendo problemas com as
autoridades por causa dos títulos religiosos de suas composições – um dos
motivos que por fim o levaram, em 1980, a abandonar a União Soviética com a
família e estabelecer-se na Áustria e depois na Alemanha.
Quase todas as obras da nova fase da
música de Pärt tem inspiração religiosa; e o latim é a língua sacra mais
presente em suas composições vocais. A Berliner Messe (“Missa de
Berlim”) deve seu título ao fato de haver sido composta para um evento católico
realizado na cidade alemã, em 1990. Segunda missa composta por Pärt, seguiu-se
à Missa Syllabica de 1977.
Postado por
Carlos Nougué
às
21:24
0
comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Assinar:
Postagens (Atom)