C. N.
Só a ditadura da cacofonia
instaurada no século XX – ditadura para a qual contribuíram a ganância da
indústria da música e o esnobismo fátuo do público – é capaz de explicar como podem
ter caído no esquecimento compositores como Erkki Melartin (Finlândia, 1875-1937). Esse homem de saúde delicada e de gênio, é
autor de grande quantidade de peças musicais, das mais variadas formas. Mas é
especialmente grande sinfonista, o que acabo de descobrir. Por isso mesmo, na
série sobre A Sinfonia tratarei
uma a uma também as suas seis. Deixo-lhes porém desde já uma que está entre
suas maiores, a terceira, digna de contar-se entre as de Bruckner, as de
Mahler, as de Schmidt; e desprezem a pintura que se estampa no Youtube: não tem
nada que ver com a obra.
Observação.
Contemporâneo e conterrâneo de Jean Sibelius (1865-1957) – que sempre escutou
com lágrimas nos olhos as sinfonias de Bruckner, para ele o maior compositor de
todos os tempos –, a obra do Melartin sinfonista tem influência múltipla:
Bruckner, Mahler, o mesmo Sibelius, etc. Mas não se trata de epígono: é
artista de voo próprio, e sua obra, como a de todos os grandes artistas, mescla
suas influências numa síntese de todo particular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.