C. N.
O tcheco-austríaco Gustav
Mahler (1860-1911) foi o maior dos herdeiros de Anton Bruckner;
mas sua produção sinfônica, ao contrário da de Franz Schmidt e da de Richard
Wetz, é muito desigual. Judeu converso – de conversão que, ao contrário do que
comumente se diz, julgamos sincera, ainda que imperfeita –, seus pontos altos
sinfônicos (a Segunda, a Terceira e a Quarta Sinfonia) refletem de algum modo tal conversão. Mas também são
belas sua Quinta e sua Sexta Sinfonia, apesar de o último movimento de ambas não estar à altura do restante. A Primeira Sinfonia é como um ensaio. A Sétima, como se verá (publicaremos as nove que o compositor completou),
é, perdoe-se-nos a crueza, insuportável em sua cacofonia; a Oitava é esquizoide: suas duas partes
não se conjugam adequadamente entre si (a primeira parte, cujo enorme coral
canta o hino Veni Creator Spiritus,
tem uma das mais belas e mais longas fugas da história da música; a segunda parte, que
termina com o gnóstico goethiano do Eterno Feminino, é antes operística, e, sem
ser cacofônica, não alcança a altura da primeira parte); a Nona, por fim, um adeus demasiado humano à vida, não deixa porém de
ter alguma beleza.
OBSERVAÇÃO. A Segunda, a Terceira e a Quarta Sinfonia terminam em canto. Nisso Mahler seguia a Beethoven e sua Nona Sinfonia e a Bruckner e seu desejo de que sua Nona se completasse com seu próprio Te Deum.
OBSERVAÇÃO. A Segunda, a Terceira e a Quarta Sinfonia terminam em canto. Nisso Mahler seguia a Beethoven e sua Nona Sinfonia e a Bruckner e seu desejo de que sua Nona se completasse com seu próprio Te Deum.
Fique-se hoje com a Primeira Sinfonia de Mahler.
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