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sábado, 10 de dezembro de 2016
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Bach: Erbarme dich - Marianne Beate Kielland (belíssima interpretação)
Erbarme dich, mein Gott,
um meiner Zähren willen!
Schaue hier, Herz und Auge
weint vor dir bitterlich.
Erbarme dich, mein Gott.
Tem misericórdia, meu Deus,
por causa de minhas lágrimas!
Olha aqui, coração e olhos
a chorar amargamente diante de ti.
Tem misericórdia, meu Deus.
Postado por
Carlos Nougué
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08:20
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A morte católica do compositor Frédéric Chopin
A morte de Chopin |
O sacerdote Jelowick, numa carta à Sra. Saveria Grocholska, em Paris e
datada de 21 de outubro de 1849, relata assim a morte de Frédéric Chopin (1810-1849), o
célebre compositor polonês naturalizado francês:
“Estimadíssima senhora: Estou ainda sob a impressão da morte de Chopin, que ocorreu em 17 de
outubro deste ano. Havia muito tempo a vida de Chopin se mantinha por um fio.
Seu organismo, sempre delicado e fraco, consumia-se dia a dia como a chama de
seu gênio.
Todos se admiravam de que num corpo tão extenuado pudesse sobreviver a
alma que tinha, da agudeza de seu intelecto ao ardor do seu coração. Seu rosto,
como o alabastro, estava frio, branco e transparente; e de seus olhos, muitas
vezes velados numa nuvem, refulgia ainda o brilho de um olhar vivo. Normalmente
doce, afável, exuberante de espírito e de outras atraentes qualidades, parecia
desprender-se da terra.
Mas ah! Infelizmente, ele
não pensava no Céu. Bons amigos, tinha-os poucos e de pouca fé, não em sua
arte, da qual eram adoradores, mas em crenças mais elevadas. A piedade, que
Chopin recebera no seio de sua mãe, polonesa, era para ele uma distante
recordação materna. A irreligiosidade de seus companheiros infiltrara-se em seu
ânimo e espalhara-se por sua alma como uma nuvem cinza de desespero. Apenas sua
refinada educação o impedia de fazer mofa ou escárnio da Religião. Em tão
deplorável estado moral, foi acometido da grave doença no peito. Vieram dias em
que lhe faltava a respiração, e já se advertia próximo seu fim ao abandoná-lo a
presença de espírito. Todos se viram presas do mesmo temor e silenciosamente
entraram no quarto, à espera do último momento. Nessa altura Chopin, cuja alma
tinha reagido naqueles dias, devido às exortações que eu, como velho amigo, lhe
dera, abriu os olhos e disse: “O que
todos fazem aqui? Por que não rezam?”
Dia e noite, continuamente, tinha suas mãos
entre as minhas, para dizer-me: “Tu não me abandonarás no instante decisivo”, e apoiava a cabeça sobre meu ombro, assim como uma criança se refugia
em sua mãe quando percebe o perigo.
De vez em quando, com êxtase de fé, de esperança, de grande amor, ele
beijava um crucifixo. Em outros momentos falava com ternura, dizendo: “Amo a Deus e amo os homens… Está bem morrer
assim… Minha irmã predileta, não chores… Não choreis, meus amigos… Estou feliz…
Rogai por minha alma…” Outras vezes, ao dirigir-se aos médicos que lutavam para
salvar-lhe a vida, exclamava: “Deixai-me assim, Deus me perdoou e me chama para
seu seio,” e em seguida: “Bela ciência, que prolonga os sofrimentos!…”
Ao aproximar-se a morte, Chopin voltou novamente a invocar o nome de
Deus, beijou o crucifixo e proferiu as seguintes palavras: “Eu já me encontro na fonte da felicidade”, e expirou, confortada sua alma pela mais doce serenidade.
Assim morreu Chopin. Rogai por ele, senhora.”
Fonte: http://adelantelafe.com/la-muerte-frederic-chopin-imperdible/.
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Carlos Nougué
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07:03
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O arrependimento do poeta Bocage à beira da morte
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos
Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura;
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento:
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio da razão seguisse pura.
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... a santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento:
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio da razão seguisse pura.
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... a santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
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Carlos Nougué
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05:40
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
O Órgão e o Organista
“Deve considerar-se o grande órgão como um instrumento ou como uma
orquestra, um conjunto de instrumentos movido por um só indivíduo? Inclinar-nos-íamos
felizes pela segunda definição. Em todo caso, é o instrumento polifônico por
excelência; representa o poder
infinito. Nada lhe é impossível. Se o violino é o rei da orquestra, o órgão
deve ser o deus, pois, cada vez que se digna mesclar seus acentos, é para
dominá-la, protegê-la ou sustentá-la. Não aparece jamais senão como amo
supremo, dominando sempre com serena majestade por sobre as massas sonoras que
parecem a partir de então fundir-se sob seus pés. [...] [Os organistas] são,
entre todos os virtuosos, aqueles cuja prática exige o máximo de sagacidade e
de adequação, assim como a maior quantidade de erudição. O conhecimento
profundo do complexo instrumento; seu manejo, que exige uma limpeza de execução
de que os pianistas nem têm ideia; o agrupamento dos jogos [dos tubos], que é
uma verdadeira orquestração; o estudo especial do teclado de pedais e da rica
literatura musical do instrumento não constituem mais que uma pequena parte de
seu saber [...]. Assim, se o órgão é realmente o instrumento dos instrumentos,
como diz seu nome latino (organa), o
organista é também o músico dos músicos: deve possuir, ademais, ciências
técnicas, harmonia, contraponto, fuga... a inspiração, o gênio criador das
formas musicais e uma presença de espírito especial, sem a qual todo o seu saber
estaria condenado à esterilidade” (Albert Lavignac, La música y los músicos, Buenos Aires, El Ateneo, 1948, p. 72 e 81).
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Carlos Nougué
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21:52
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domingo, 4 de dezembro de 2016
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
O arrependimento de um grande artista
Carlos
Nougué
Michelangelo, indubitavelmente um
grandíssimo artista (que o diga sua Pietà), foi durante quase toda a
vida, porém, um homem típico de seu tempo, o do mal chamado Renascimento,
quando esse câncer da Cristandade que é o humanismo penetrou quase tudo (a
política, o pensamento, a arte, etc.), chegando por vezes até à própria Cátedra
de Pedro. Já então, se se excetuarem em boa parte as Espanhas, autêntica
continuidade da Idade Média e propriamente chamadas Christianitas minor,
a maior parte dos homens e suas atividades tendia a não ordenar-se a seu fim
último e bem comum do universo, Deus, e portanto a esquivar-se da devida
submissão ao poder espiritual da Igreja. No século XIII, tudo louvava a Deus; a
partir do século XVI, quase tudo tendeu a louvar o homem, e, em meio a vaivéns
e por vias não raro sinuosas, o câncer vai espalhar-se até a metástase atingir
o ponto derradeiro com a “vitória” do humanismo dito católico na segunda metade
do século XX.
Pois bem, como dizia, Michelangelo
não escapou deste mal e suas conseqüências, quer na vida privada, quer na
atividade artística: idolatria do homem e da própria arte, e libertinagem.
Diferentemente, contudo, de um Leonardo da Vinci ou de um Botticelli, cujas
obras são de um gnosticismo muito mais acentuado e de uma sensualidade ainda
mais enfermiça que os de Michelangelo, este ao fim da vida se arrependeu de
tudo quanto fizera. Sabemo-lo porque o diz o próprio artista, quer pelas obras
dos últimos anos (nada sensuais), quer sobretudo por um tocante soneto. Com
efeito, Michelangelo costumava compor poemas para descrever cada fase de sua
carreira, e não o deixou de fazer para refletir a última. E entre os poemas
desta está o referido soneto, que se lê abaixo (primeiro na língua original, e
em seguida em antiga tradução literária de minha lavra):
Giunto
è già ’l corso della vita mia
Con
tempestoso mar per fragil barca,
Al
comun porto, ov’ a render si varca
Conto
e ragion d’ogni opra triste e pia.
Onde
l’affetuosa fantasia
Che
l’arte mi fece idol’e monarca
Conosco
or ben, com’ era d’error carca
E
quel ch’a mal suo grado ogn’ uom desia.
Gli
amorosi pensier, già vani e lieti,
Che
fien or s’a duo morte s’avvicino?
Da
uno so ’l certo, e l’altra mi minaccia.
Nè
pinger nè scolpir fie più che quieti
L’anima,
volta a quell’ amor divino,
Ch’aperse,
a prender noi, ’n croce le braccia.
Tradução
Já
atinge o curso desta vida minha
Com
tempestuoso mar por frágil barca
O
comum porto, aquele a que se atraca
Por
prestar contas de obra triste ou pia.
Ora
a tão afetuosa fantasia
Que
me fez da arte ídolo e monarca
Eu
já sei contra que faz sua carga:
O
que, malgrado seu, o homem ansia*.
E
os tão ligeiros e mui vãos transportes
De
outrora, já perante as duas mortes?**
De uma
estou certo, da outra me amofino.
Já
nem estátua ou fresco*** me
conduz
À
paz da alma, só o amor divino,
Que
a nós mui largo abraço abriu na cruz.
Postado por
Carlos Nougué
às
15:22
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terça-feira, 29 de novembro de 2016
Jacobus Gallus - Opus musicum
00:00 - In adventu domini nostri Jesu Christi - Venite ascendamus a 8
03:12 - In adventu domini nostri Jesu Christi - Obsecro Domine a 4
05:19 - De nativitate circumcisione et epiphania domini - Tribus miraculis a 12
08:08 - De nativitate circumcisione et epiphania domini - Mirabile misterium a 5
11:41 - De nativitate circumcisione et epiphania domini - Ab Oriente venerunt magi a 4
13:55 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Pater noster a 8
17:26 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Lamentatur Jacob a 6
24:00 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Eripe me a 5
28:32 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Versa est in luctum cithara mea a 5
32:10 - De resurrectione et ascensione domini nostri Jesu Christi - Quo mihi crude dolor a 8
35:54 - De sancta Trinitate et de Corpore Christi - O beata Trinitas a 8
38:24 - In dedicatione templi et a dominica post pentecostem usque ad adventum Domini - Planxit David a 8
42:43 - In dedicatione templi et a dominica post pentecostem usque ad adventum Domini - Jesu dulcis memoria
46:10 - In dedicatione templi et a dominica post pentecostem usque ad adventum Domini - Domine Deus exaudi orationem a 16
03:12 - In adventu domini nostri Jesu Christi - Obsecro Domine a 4
05:19 - De nativitate circumcisione et epiphania domini - Tribus miraculis a 12
08:08 - De nativitate circumcisione et epiphania domini - Mirabile misterium a 5
11:41 - De nativitate circumcisione et epiphania domini - Ab Oriente venerunt magi a 4
13:55 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Pater noster a 8
17:26 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Lamentatur Jacob a 6
24:00 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Eripe me a 5
28:32 - Ad dominicae septuagesimae per quadragesimam - Versa est in luctum cithara mea a 5
32:10 - De resurrectione et ascensione domini nostri Jesu Christi - Quo mihi crude dolor a 8
35:54 - De sancta Trinitate et de Corpore Christi - O beata Trinitas a 8
38:24 - In dedicatione templi et a dominica post pentecostem usque ad adventum Domini - Planxit David a 8
42:43 - In dedicatione templi et a dominica post pentecostem usque ad adventum Domini - Jesu dulcis memoria
46:10 - In dedicatione templi et a dominica post pentecostem usque ad adventum Domini - Domine Deus exaudi orationem a 16
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Carlos Nougué
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