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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A mais bela cena do filme “Ben-Hur”, de William Wyler.


C. N.


Por esta cena (vide João 4, 13-14: “Jesus respondeu: ‘Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna’”), por esta cena, digo, e pelo filme como um todo se entende por que disse Pio XII que o cinema “poderia ter sido” a maior das artes. Porque, com efeito, nesta mesma e imponente película se imiscuiu o mal. O roteirista do filme, o terrível Gore Vidal, alterou radicalmente duas coisas com respeito ao livro original: insinuou, ainda que imperceptivelmente para a maioria das pessoas, uma relação homossexual entre Ben-Hur e Messala; e eliminou o final do livro, ou seja, a conversão a Cristo do príncipe judeu Ben-Hur, limitando-se à cura milagrosa de suas parentes leprosas. Há outros problemas, ademais; mas baste aqui o dito.


Cena da expulsão dos mouros no filme “El Cid”, de Anthony Mann


C. N.

El Cid cavalga já morto contra os mouros. Note-se em especial o rei e outros cavaleiros ajoelhados ao final e rogando a Deus: “Receba este que foi o mais nobre dos cavaleiros”. Charlton Heston é o ator épico por excelência, e Sophia Loren encarna perfeitamente Ximena, a mulher de El Cid. Ainda de destacar, a música da película, do grande compositor húngaro Miklós Rózsa. – Em tempo: o filme baseia-se na peça de Pierre Cornaille Le Cid, e não na epopeia original anônima El cantar de mio Cid
     Em certa cena, tem-se já um um odor de ecumenismo (há outro problemas, que porém não tratarei aqui). Por outro lado, porém, é verdade que El Cid conseguiu o apoio de certos chefes mouriscos minoritários contra os majoritários, assim como o Rei São Luis tentou atrair a aliança dos mongóis contra os turcos (infelizmente morreu, e seu filho e sucessor no trono não deu prosseguimento ao plano). E veja-se na parte final, na qual o rei, ajoelhado, roga a Deus que receba El Cid, que também o chefe mouro aliado está ajoelhado, ou seja, em posição cristã. E eis o grito de guerra da batalha final, dado pelo rei: “Por Deus, por El Cid, pela Espanha!”