O paraguaio Augustín Barrios Mangoré, um dos maiores compositores para guitarra (violão) de todos os tempos – para mim, é o maior depois de Sor –, muito pouco antes de morrer ouviu à sua porta três batidas que se repetiam. Ao abri-la, deparou com um velha senhora que lhe pedia “uma esmola, pelo amor de Deus”. Deu-lha, e imediatamente compôs esta obra-prima (executada aqui pela genial coreana Kyuhee Park, então [2015] com 29 anos). Mas Barrios, que desde sua outra obra-prima chamada A Catedral vinha dando sinais de conversão, compôs Uma Esmola pelo Amor de Deus como se estivesse, como devido, mendigando a Deus sua salvação eterna. E, com efeito, é impossível escutar esta peça sem emocionar-se religiosamente, sobretudo se é executada com a profundidade com que a executa Kyuhee Park. Boa audição, senhores, destes tocantes três minutos de grande arte.
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